segunda-feira, 23 de julho de 2012

Em Londres, sem pressão e sem culpa

Este blog, enfim, voltou com força total. E este que vos escreve tem uma razão nobre para estar aqui, o
início dos Jogos Olímpicos de Londres 2012. Já cobri para o Jornal dos Sports, Lance e também para o Vasco a parte olímpica. Sim, o Vasco tem um departamento só para isto- E é triste constatar algumas coisas sobre o esporte olímpico ou poliesportivo como também é conhecido. Nem vou bater em teclas repetidas como a falta de investimento no Brasil. O que eu peço é que os brasileiros tenham paciência com os nossos atletas, pois os mesmos sofrem o ano todo, sem nem um reconhecimento, patrocínio, e principalmente infraestrutura para concorrer com outros países. É desigual. Não tem como. Não adianta. Vamos aos fatos: a principal participação brasileira nas Olimpíadas foi em Atenas 2004, quando subimos no lugar mais alto do pódio cinco vezes, e ficamos no 16ªlugar no quadro de medalhas. É pouco? É. É ridículo? É. Mas fazer o quê? Ninguém faz nada pelos Esportes Olímpicos.  O torcedor tenta se familiarizar com os Jogos na semana que antecede o evento. Não conhecem as marcas, não sabem o que está atrás destas marca.

 Cielo, coitado, vai levar a pressão de uma nação todinha. E esta não é a melhor forma de incentivar um esportista, pode acreditar. Em Pequim, na última olimpíada, a China tinha uma medalha de ouro “garantida” nos 100m com Barreiras, com Liu Xiang. Entretanto, o desportista fracassou, se lesionou e deixou o país na mão. A China ficou na frente dos EUA conquistando 51 medalhas de ouro, mas a pressão impediu mais uma conquista, que provavelmente vem este ano. Não adianta vir com este papo que o atleta que é bom representa a nação de qualquer maneira. Isto é tolice.  Cielo tem que suportar a pressão, o grande problema que a final dos 100m acontece antes do que as do 50m, especialidade do nadador, então ele tem que estar com o psicológico muito bom. Caso não vença no 100m busque força para fazer o seu melhor na prova que ele é o melhor, nos 50m.

Já no lado feminino, o povo tem de cor o nome da saltadora Maurren Maggi como favorita a conquistar o ouro. Afinal, ela não conquistou em 2008. Agora é manter a hegemonia olímpica. É preciso ter cuidado, Maurren vem de lesão, sem favoritar. Cautela, por favor, cautela.
Se é para colocar pressão que coloquem na seleção de futebol. Nunca ganharam as Olimpíadas, o plantel vale milhões. Qualquer jogador desta seleção ganha por mês o que os outros atletas ganham no ano. Então é pressão nelas. O torcedor distorce a ordem de exigência. Não temos time para ganhar.  Temos que ter, porra. Temos que voltar a ser o país de futebol, ou não vamos ter mais tradição nos Esportes Olímpicos nem no futebol?

Lógico que também ficarei decepcionado com menos de três medalhas de ouro. Mas é se preparar melhor, afinal as próximas Olimpíadas serão aqui, e o poliesportivo terá que começar a ser falado o quanto antes.


Jornalista - Alex Campos

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