domingo, 29 de julho de 2012

Quanto vale um título? - Por Daniel Viana



Pois bem, o Chelsea é o atual campeão da Liga dos campeões da Europa justamente na temporada que ele menos gastou com transferências. Por sua vez o Mancherster city, desde que foi comprado em 2008 pelo xeque Mansour bin Al Zayed, membro da família real de Abu Dhabi, gastou rios de dinheiro em contratações de jogadores como Tevez, Robinho, Dzeko. Após algumas decepções, na última temporada, finalmente o “City” conquistou a Premier League.
Mas todos esses exemplos são de caráter econômico, apesar dos torcedores saberem que esse período de pujança econômica ter um prazo de validade, o prazer de conquistas que dificilmente seriam alcançadas em prazos tão curtos se tornam de valor sentimental impagável. Porém, alguns temem que os investidores enjoem de seus novos brinquedos e saiam assim como entraram, e que os clubes possam herdar dívidas por posturas megalomaníacas de seus donos atuais.
Entretanto, há outro custo para a conquista de títulos, e o Flamengo a paga nos dias atuais. Em 2009, a diretoria, que não era a atual, fez vista grossa para certas balburdias de Adriano e companhia, o título mal ou bem foi conquistado após um período de 17 anos de jejum.
Eleita no fim 2009, Patrícia Amorim tomou posse no ano seguinte e decidiu não mexer no que estava dando certo, porém as coisas começaram a sair do controle, e os resultados em campo se tornaram pífios. Andrade se tornou a primeira vítima, posteriormente a cúpula de futebol, dentre eles, Marco Braz. Mas o estrago estava feito. Adriano sofria graves acusações por suas ações fora de campo, e praticamente fugiu para a Roma, da Itália, onde sua passagem beirou ao ridículo. O goleiro Bruno, bem, estes todos sabem o que aconteceu.
Desesperada para apagar a imagem do seu primeiro ano de gestão no Flamengo, Patrícia Amorim correu atrás de Ronaldinho Gaúcho, mas o comportamento interno perante um subordinado não mudou, a anarquia continuou culminando em diversos momentos que vão da desagregação no grupo e insubordinação da estrela maior.
Estamos em meados de 2012, prestes a completar três anos da conquista do hexa campeonato brasileiro, e não há nenhum título na história do Flamengo que custou tanto ao clube. Por eventos descritos neste breve resumo, nunca antes na história a imagem do clube foi tão arranhada e maculada, a desvalorização é nítida quando o maior contrato de patrocínio master oferecido ao clube foi de R$ 15 milhões, contrastando com os R$ 22 milhões que a Batavo pagou para estampar sua marca em 2010.
Hoje o Flamengo não passa imagem de seriedade, não atrai jogador e pior, sua torcida o abandonou. O clube esta prestes de realizar nova eleição, o cenário político será ainda mais conturbado nos próximos meses, e sabe-se lá o que a atual diretoria fará para lá se manter. Enquanto isso a conta de 2009 continuará sendo paga, e o que foi um momento de absoluto êxtase se transformou em melancolia e num profundo sentimento de arrependimento, e hoje a pergunta final é a mais emblemática do desespero atual. Podemos devolver o título de 2009 e ter o Flamengo de volta?

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