segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

VASCO - Uma história de amor - Por Thiago Teixeira

Saudações Vascaínas,

Eu poderia dedicar esta postagem ao título da Série B, mas prefiro contar-lhes uma história de amor.

Vasco da Gama - Uma História de amor

Nos conhecemos há pouco mais de vinte e dois anos e desde então jamais consegui esquecê-lo. A minha família, os meus amigos e todos os que me conheceram nesses últimos anos, sempre souberam que ele é a minha prioridade, a minha vida, a minha história e o meu melhor amigo.
Como todo casal, vivemos alegrias e tristezas e a nossa maior preocupação sempre foi a de manter acesa a chama de nossa paixão. Para isso, trocávamos declarações públicas de amor, ele com títulos e eu com gritos. Por ele, discuti, sem arrependimento, com meus melhores amigos. Por mim, ele lutou como um gladiador contra os mais incríveis adversários (1). Perdemos e ganhamos, sorrimos e choramos, enfim, fizemos juras de um amor eterno. Mas de repente, não mais que de repente, tudo começou a mudar. Seis anos se passaram sem que eu recebesse sequer uma das declarações outrora cotidianas (2). Não esmoreci, apeguei-me a nossa história e decidi permanecer ao seu lado, pois sabia que a situação não correspondia com o sujeito a quem me apaixonei, mas sim refletia as más companhias que lhe rondavam. Então, após vinte e um anos de união, recebi a maior punhalada de minha vida, algo que nunca pensei viver, uma traição sem tamanho, que dilacerou o meu coração e pôs o meu amor à prova (3). Senti raiva, chorei. Ouvi de familiares, amigos e desconhecidos que deveria esquecê-lo, mudar de par, buscar novas alegrias, mas não dei ouvidos e confesso que odiei-me por saber que o amo incondicionalmente e que mesmo a sua maior traição não o tiraria de meu coração.
No começo deste ano começo tentamos uma reaproximação. Ele mostrou-se disposto a mudar, de fato estava, mas outra decepção fez com que eu pensasse que não deveria mais acreditar no em seu antigo potencial de fazer-me feliz (4). O tempo foi passando e ele insistiu na missão de reconquistar-me. Superou seus limites e ignorou seus escassos recursos para dar-me um presente inédito e há tempos esperado, mas por uma infelicidade não conseguiu concretizar a declaração, mas somente o seu esforço já havia trago ânimo a meu coração (5).
Voltamos a conversar, mas era inaceitável a ideia de vê-lo em uma posição tão insignificante para a sua beleza e história de vida e a relação esfriou como nunca antes e decidi deixá-lo de lado. Mas o tempo foi passando, não mais suportando guardar tantas tristezas e mágoas, e a saudade me fez ir ao encontro dele e sem aviso prévio. Quando ele percebeu que novamente eu acompanhava seus passos, de perto ou mesmo de longe, começou a se arrumar mais e a caprichar em seus atos para reconquistar a minha confiança (6). Percebi que suas companhias mudaram e seu novo "comandante" não merecia a minha desconfiança, tampouco comparações quanto as antigas pessoas que estavam ao seu lado somente para desfrutar de seu status, prestígio e riqueza (7). Apresentastes-me um novo amigo, espécie de empresário, assessor e diretor, que perceptivelmente o orientava e fazia com que sua caravela seguisse agora por um oceano tranquilo, sem resquícios da tormenta que nos afastou (8).
Lembro-me bem, era uma sexta-feira a noite e a aula de Realidade Sócioeconômica e Política do Brasil estava me esperando, no velho prédio da Facha, mas você havia feito um convite tentador para aquele dia, dizendo que nos encontraríamos em um lugar belíssimo e que farias uma surpresa para mim (9). Pensei, pensei, e priorizei o sentimento em vez da razão. Lá eu estava, naquele metrô lotado e animadíssimo com seus fãs - já havia esquecido como era namorar com um popstar - ansioso para chegar ao local marcado. Pulei do vagão correndo e assim segui, driblando a multidão e enfim chegando àquele belíssimo e inesquecível palco das grandiosas declarações que fizestes por mim ao longo desses 22 anos.

Assistindo a volta do Vascão in loco e ao lado de grandes amigos

Ao me deparar com ele fiquei impressionado. Estava lá, imponente, como outrora, naturalmente exigindo respeito a quem estivesse em sua frente, marrento, democrático, boa praça, querido e exibindo um novo traje, belíssimo e apropriado para a nobre ocasião. Ouvi naquele momento o grito de seus milhões de fãs espalhados por todo mundo e imaginei que todos estavam vidrados em você, mas não senti ciúme, pois sabia que naquela noite os seus olhos estavam voltados somente para mim, no único e exclusivo objetivo de apagar de vez a bobagem que fizestes, na árdua missão de reconquistar-me. Fostes sincero. Mostrou-me suas carências e seus defeitos e admitiu que havia muito ainda para mudar, convencendo-me também de que havia disposição para isso. Percebi que você também precisava de mim em sua escalada ao topo de que havia caído. Posto isto, emocionado, sorri e chorei ao mesmo tempo, cantando novas e antigas canções e gritando a plenos pulmões, para que tivesses a certeza de que o amor ainda estava vivo em mim. Mas nem tudo saiu como esperávamos e para encher de emoção esse capítulo, lá eu estava, literalmente aos 40 minutos do segundo tempo, sem saber se tudo seria diferente ou não. E então, de repente, não mais que de repente, o palco de nosso encontro explodiu em um grito uníssono de alegria e emoção, e pude então sentir, como há tempos não sentia, a emoção de viver por você (10). No final, viestes com uma rosa em minha direção e não pude conter as lágrimas (11). Não. Não chegava nem perto dos lindos bouquets (12) que um dia recebi de ti, mas somente eu sabia o que aquela simples flor representava. Alguns minimizaram seu gesto, dizendo-me que era a sua obrigação fazer isto por mim, mas não dei ouvidos, pois sei da dificuldade de se realizar obrigações quando se sabe que o amor do outro continuará intacto mesmo se não fizermos o sacrifício.

E agora aqui estamos, em nova lua-de-mel e com o amor e a esperança reavivados para um 2010, e um resto de vida, de infinitas e inesquecíveis novas emoções. E contrariando o desfecho dos contos de fada, espero que a história não precise chegar ao final para que nós dois sejamos: Felizes para sempre!

Thiago Teixeira (twitter.com/ThiagoTeixeiraS)

3 comentários:

Carina Ribeiro disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Carina Ribeiro disse...

É menino, como lhe disse... você cresceu, porém a essência não mudou, apenas amadureceu...

Sábias palavras..

Saudações Vascaínas!

Bjiiinhos!

Constância disse...

Por nós ele vai continuar sendo o Gladiador de sempre. Não importa quem o desafie, o que importa é que este amor que tá aqui, dentro de nós, sempre seja visto por ele. Perante tantas alegrias, jogos perdidos são meros coadjuvantes.

E não adianta. Mesmo que essa história de amor não dê certo, o amor é infinito!