terça-feira, 22 de setembro de 2009

Botafogo - Bando de reservas - Por Vinicius Carvalhosa




É cada vez mais difícil comentar a situação do Botafogo no Brasileirão. Sinceramente, não sei o que esperar. Em alguns momentos o time parece capaz de sair e se afastar da zona de rebaixamento, mas em outros parece totalmente inútil qualquer tentativa. Um desses momentos é o de mudar o jogo, a hora de substituir, de olhar pro banco de reservas. A partir da hora em que Ricardinho passou a ser a principal opção ofensiva para o segundo tempo, tornou-se vã qualquer esperança em melhorar a equipe no intervalo. Aliás, a partida contra o Santos foi exemplo claro do nível do banco (ou seria bando?) de reservas alvinegro: Flávio, o goleiro que tem a estatura de Castillo mas não possui metade da força física; Diego, zagueiro recém-contratado e que era reserva - repito, RESERVA - do Barueri; Alessandro; Fahel (preciso comentar sobre esses dois?); Renato, único jogador decente como opção para o segundo tempo; Marquinho, o meia que acabou de assinar com o clube, já se tornou primeira opção para a reserva da armação e não joga desde o meio de 2008, quando defendia o Vasco (aliás, algum vascaíno lembra dele?); e Ricardinho, o atacante mais inútil e irritante a pisar em General Severiano desde Diego (o que mostra a situação do clube em 2009, já que o último atacante irritante assim jogou no Botafogo no mesmo ano!).

Com opções desse quilate no banco, fica realmente difícil acreditar em vitórias. E grande parte da culpa vem do técnico Estevam Soares. As alternativas que ele possui para figurar entre os suplentes alvinegros não são nada animadoras, mas bem que ele poderia escolher opções menos medíocres e limitadas. Entre os goleiros tanto faz, enquanto Renan estiver machucado a torcida tem que se conformar com Castillo ou Flávio mesmo, igualmente frangueiros e igualmente anões. Pela zaga, apesar de não ter feito nada para merecer tanto, seria mais justo Teco figurar no banco do que o recém-chegado Diego, indicação de Estevam, por sinal. Teco jogou bem na partida de ida contra o Atlético-PR pela Copa Sul-americana e merece uma chance no banco(apesar de eu ter a impressão de que ele será dúvida para os próximos dois anos ainda, pelo menos). Aliás, qualquer um poderia ser titular dessa zaga no lugar do Emerson, até mesmo esse Diego que ninguém nunca viu jogar, só o Estevam. Outra opção para a zaga seria o prata-da-casa Alex Lopes, que nas poucas oportunidades que recebeu se mostrou ao menos seguro e sério. Eduardo, apesar da irregularidade, indisciplina e displicência é o zagueiro mais técnico do elenco, é melhor do que todos e, se dependesse somente da condição técnica, deveria ser titular. Seria uma boa opção também para a ala-esquerda, quando Gabriel não tiver condições de jogo. Para a direita, melhor do que Alessandro seria Wellington Jr, que está com a seleção sub-20 para o Mundial da categoria, mas mesmo antes disso não vinha sendo relacionado para as partidas. O jovem é versátil e pode jogar nas duas alas, além do meio-campo.

Entre os volantes, Fahel continua nas graças do treinador como principal opção do banco, apesar de irritar a torcida constantemente com seus passes errados, erros de marcação e falta de vontade. Alguns volantes que já tiveram mais prestígio no clube andam esquecidos, como Túlio Souza (que seria opção também para a ala-direita), Leo Silva (que deveria ter sido expulso do clube após o pênalti ridículo que cometeu em Dentinho, contra o Corinthians) e Batista (que desaprendeu a jogar depois que passou a ser improvisado na ala-esquerda). Agora, não tenham dúvidas de que a nova contratação alvinegra, Rodrigo Fuska (outro reserva do Barueri, para desespero dos pobres torcedores!) ganhará oportunidades no banco assim que tiver condições de jogo, já que foi outra indicação de Estevam. Para o meio, a melhor opção é mesmo Renato, que normalmente adiciona mais vontade, velocidade e ofensividade ao time quando entra no segundo tempo, além de ser bom cabeceador. Mas é absurdo Marquinho figurar no banco mesmo estando sem jogar desde 2008. Se fosse jogador reconhecido já seria estranho, mais ainda sendo um zé-ninguém como ele, que nunca se destacou em lugar nenhum. Espero estar enganado, tomara que ele se torne uma excelente contratação, mas duvido até que ele prove o contrário. Enquanto isso, Rodrigo Dantas, das divisões de base, poderia estar recebendo mais chances, já que entrou bem em alguns jogos. Vem fazendo trabalho especial para ganho de massa muscular, e já mostrou ter técnica e qualidade no passe. É uma aposta mais válida do que apostar em um desconhecido de 27 anos que não joga há mais de um ano. Para o ataque, a única certeza é que Ricardinho não tem a menor condição de jogar em clube grande. Não acerta nada do que tenta - quando consegue tocar na bola - e parece sempre escolher a pior opção possível de jogada. Victor Simões não é o atacante dos sonhos de ninguém em sã consciência, mas seria menos inútil do que Ricardinho. O júnior Laio poderia ser mais utilizado também, já marcou gol nesse campeonato, mas deve ficar de lado por uns tempos depois de perder gol feito no último minuto contra o Atlético-PR pela Sul-americana.

Com essas alternativas no banco de reservas o torcedor alvinegro continuaria preocupadíssimo a cada vez que o time precisasse fazer substituição, mas ainda assim com um pouco mais de esperança durante os jogos. Porque olhar pro banco e ver Alessandro, Marquinho e Ricardinho certamente não é o momento mais feliz do dia de nenhum botafoguense. Eles sabem que com os suplentes habituais de Estevam Soares dificilmente o time conseguirá mudar o rumo de alguma partida na base da técnica. E sabem também que o elenco é muito ruim, mas o técnico poderia colocar opções menos sofríveis no bando.

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